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Belo"Costumo dizer, com alguma vaidade, que o samba é o gênero favorito da nação brasileira. Em qualquer parte do país, no mais longínquo interior, a gente ouve o seu sincopado binário embalando as pessoas de maneira contagiante. O que estou querendo dizer é que, dependendo da classe social e da região do país onde foi composto, o samba pode apresentar paisagens diferenciadas, o que eu chamaria de “cor local”. Em alguns casos, até muda de classificação: ganha novos nomes e roupagens. Por exemplo: calango, coco, samba de roda, samba de quadra, samba enredo, bossa nova, samba –canção (quando é tocado de maneira mais lenta), partido alto, samba de gafieira (quando vestido com orquestra de metais, piano baixo e bateria) e outros".
Na periferia das cidades brasileiras, ele se espraia com mais força e cria seus deuses populares encantados – Belo é um deles. De família humilde, foi criado na periferia da Zona Sul de São Paulo, cresceu freqüentando as escolas de samba paulistas, tendo como preferida a Camisa Verde e Branco. Aos 12 anos o pai o presenteou com um cavaquinho. A sina lhe deu uma voz privilegiada - belo timbre e afinação impressionante, muito acima da média da maioria dos cantores brasileiros. Eu o admiro desde que o assisti na TV cantando e tocando cavaquinho, era uma entrevista informal, creio que feita em casa, numa daquelas tardes de 1993. Impressionado com a sua afinação, chamei Lusinete, minha mulher e disse a ela que aquele rapaz iria fazer uma bela carreira. Era seu começo, estava no Soweto, onde iniciou sua trajetória de grandes sucessos, não deu outra. De lá pra cá sempre que o ouço constato; o que disse para minha esposa estava certo - Belo é um passarinho.Diz Rildo Hora.
Este seu CD Primavera, produzido pelo craque Prateado, está ótimo. É um trabalho de músicas quase todas inéditas, muito bem orquestradas por Prateado, Jota Moraes e Serginho do Trombone, que conta com a presença de grandes músicos e a participação especial de Ornela di Santis em “Agenda” (ao vivo), bônus track. A qualidade técnica do CD gravado e mixado por Vitor Farias e Ricardo Cândido, no Prateado Vip´s Stúdios RJ é evidente. Primavera é um CD de dezesseis boas músicas, muito bem cuidado, que dará continuidade plena ao merecido sucesso que Belo tem feito nos últimos anos. Quando Belo lançou em 2006 seu último CD e DVD de estúdio, afirmou que aquele era o melhor trabalho de sua carreira, mesmo sabendo o perigo de fazer tal afirmação para um álbum novo. O que ele não esperava era que, três anos depois, conseguiria ter em Primavera o disco mais completo de sua carreira. O oitavo álbum solo do cantor traz grandes composições e o toque característico de Belo: suas letras românticas e voz suave. A primeira das 15 faixas é “Tudo no Lugar”, composta por Picolé e Prateado, que assina diversas canções, entre elas “Invencível” com Umberto Tavares e Jefferson Nunes. Este trio, junto com Belo, compôs também a empolgante “Intenção”. A melodia contagiante, que faz com que inúmeras músicas de Belo caiam no gosto popular, está não somente nesta, mas em diversas músicas de Primavera. Essa característica é nítida no refrão das músicas “Tudo Bem” - “porque chega a saudade/ que invade o meu peito/ bate um medo, sei lá/ não posso reclamar/ não tenho esse direito” – e “Pare Pra Pensar” (Diz algum motivo pra eu não resistir/ se ainda me ama, eu quero ouvir do coração/ estou lutando pra poder ficar / não deixe eu ir embora eu quero acreditar/ prova que me ama pra valer/ e põe um fim nessa crise de uma vez!). O romantismo de Belo fica evidente nas faixas “Primavera” e “Flashback”. Nesta última, uma linda declaração de amor diz: “Se for rodar um flashback em minha vida/ será você na minha parte preferida”, seguida por “Como é linda a nossa história de amor / eu guardo na memória / lembro tudo que a gente passou / como se fosse agora” –, que soa suave na voz do cantor. Seguindo o embalo das letras de peso, há ainda “Onde Está?”, música de Arlindo Cruz e Sombrinha. Primavera ainda traz os sambas “Já tentei” e a divertida “Dona do Pedaço”. Dos sucessos já conhecidos pelo público, “Reinventar”, primeira música de trabalho, estreou nas rádios em agosto e logo entrou entre as dez mais tocadas do Rio de Janeiro e São Paulo.
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